Pouco depois do presidente da República, Jair Bolsonaro, informar da possibilidade de um auxílio no valor de R$ 400 aos caminhoneiros, a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), que representa a categoria, divulgou nota criticando a medida e chamando o valor de “esmola”. Segundo a entidade, o valor proposto pelo governo federal não supre as necessidades da categoria, que critica as constantes altas nos preços dos combustíveis.
Ainda, segundo o texto assinado pelo presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido também como “Chorão”, a categoria já está ciente do “estado de greve”, anunciado para ocorrer a partir de 1º de novembro em todo o Brasil. Conforme Bolsonaro, durante o anúncio feito na quinta-feira, 21, em sua live semanal, o valor de R$ 400 beneficiaria cerca de 750 mil brasileiros. No entanto, o presidente não explicou de onde o dinheiro sairia. Conforme Landim, a proposta “não resolve nada e é mais um balão apagado para a categoria colecionar de promessas do governo que ajudou a eleger”, diz a nota.
Caso o benefício proposto pelo governo fosse liberado, o valor corresponderia a 3,15% das despesas que os caminhoneiros tem com o combustível durante um mês de trabalho. O levantamento realizado pela associação mostra que o auxílio não supre as necessidades e demandas da categoria. “Queremos estabilidade dos preços dos combustíveis, um fundo de colchão para amenizar volatilidade, mudança na política de preços da Petrobras, aposentadoria especial a partir dos vinte e cinco anos de contribuição e, acima de tudo, queremos respeito e cumprimento da Lei do Piso Mínimo de Frete”, garante a nota.
Segundo Landim, uma definição sobre a possibilidade da paralização deve ser definida ainda nesta sexta-feira, 22, após conversa com representantes da categoria em todos os estados.
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil