03 Aug
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Há um ano, Muçum registrava a primeira morte por Covid-19. A vítima foi um idoso de 76 anos, que estava internado na UTI do Hospital Beneficente Santa Terezinha, em Encantado, após permanecer por mais de uma semana internado. Após isso, a cidade viu a pandemia evoluir, o número de casos positivos aumentar e pessoas conhecidas irem embora, em definitivo, sem ao menos poder realizar uma despedida como a comunidade estava acostumada a realizar. Os velórios passaram a ter horários reduzidos e, quando a covid-19 era a causa da morte, o número de participantes se reduzia a poucas pessoas, a fim de evitar o contágio. 

No ano passado, nove pessoas perderam a vida em decorrência da doença. Em 2021, até o momento, quatro muçunenses foram sepultados após contraírem o vírus. O último caso foi de um idoso, de 72 anos, vacinado e com comorbidades, que acabou não resistindo. 

Todas as mortes eram de pessoas conhecidas. Que tinham famílias e hoje deixam um grande vazio. A pandemia de covid-19 mudou muito a rotina dos moradores da pequena cidade de quase cinco mil habitantes. Antes, reuniões e encontros com roda de chimarrão. Hoje, a rotina é de casa para o trabalho, do trabalho para os estudos e dos estudos para casa. Há, claro, àqueles que ainda não levam a pandemia a sério, que participam das chamadas festas clandestinas ou de encontros regados a bebida e música, sem seguir os protocolos sanitários que ajudam no controle da doença.

No momento mais crítico da pandemia, durante o mês de março desse ano, ocorreram proibições, inclusive no acesso de pessoas e veículos às famosas praias do rio Taquari, o que acabou gerando polêmica e indignação por uma pequena parcela da população.

Atualmente, conforme o último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), seis pessoas seguem sendo monitoradas após testarem positivo para a doença. Desde o início da pandemia, 848 pessoas foram contaminadas pela covid-19 na cidade. Desse total, 829 já são consideradas clinicamente recuperadas. Até o momento, Muçum já imunizou 2.902 pessoas com a primeira dose e 1.788 completaram o esquema vacinal com a segunda aplicação ou com a vacina de dose única.  

A situação na Princesa das Pontes, hoje, é considerada tranquila, se comparado aos meses de março e abril, quando o número de casos disparou. Mesmo assim, o momento é de cuidado e vigilância. Relatos de quem perdeu um ente para a covid-19 são intensos. Algo que não estamos acostumados, que ainda não aprendemos a superar. A dor de perder uma mãe, um pai, um avô, uma avó, um filho não cicatriza. Ela pode ser amenizada, mas não fecha. A covid-19 faz cada vez menos distinção entre jovens e velhos, saudáveis e doentes, no Rio Grande do Sul. Além da vacinação, é fundamental a população manter cuidados como distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos. Só assim, será possível controlar a pandemia e tentar voltar a viver em um novo normal.

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