Em meio a uma enxurrada de denúncias de tráfico de influência dentro do Ministério da Educação, o ministro da pasta, Milton Ribeiro, deverá pedir licença do cargo. A medida uma tática do governo Bolsonaro para evitar um possível desgaste pessoal e da própria candidatura do presidente à reeleição.
Amigo de longa data de Jair Bolsonaro, o ministro deve aproveitar a licença para trabalhar em cima de sua defesa quanto as denúncias apresentadas nos inquéritos.
Nas denúncias divulgadas, Ribeiro teria priorizado o repasse de recursos às prefeituras que teriam negociado por dois pastores (Gilmar Santos e Arilton Moura). O áudio foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo e, segundo o ministro, o pedido partiu do próprio Bolsonaro.
As investigações estão a cargo da Polícia Federal, atendendo a uma determinação da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os objetivos dos inquéritos está em descobrir se os religiosos influenciaram o envio de verba para municípios em troca de propina, se o ministro da Educação sabia das irregularidades e se colaborou com elas. Nas próximas semanas, a PF deve ouvir Ribeiro e os pastores.
Foto: Luis Fortes/MEC