31 May
31May

Em entrevista exclusiva ao Na Hora, prefeito de Muçum fala sobre os primeiros meses da nova administração e os desafios impostos pela pandemia de covid-19, além dos projetos para desenvolvimento da área urbana e rural nos próximos anos


O prefeito Mateus Giovanoni Trojan (MDB), concedeu entrevista ao Portal Na Hora em razão do aniversário de 62 anos de emancipação político-administrativa de Muçum, celebrado nesta segunda-feira, 31. O mais jovem chefe do Executivo do Vale do Taquari respondeu os questionamentos feitos e apontou os desafios a serem superados nos próximos meses, decorrentes da situação formada pela pandemia do novo coronavírus.

Na Hora - Mesmo em meio ao período mais desafiador da história, Muçum vai celebrar o aniversário. Quais são os destaques da comemoração? Quais os principais motivos que temos para comemorar os 62 anos?

Mateus - Apesar de todas as dificuldades que vivenciamos, temos muito orgulho de celebrar os 62 anos de nossa história. A comemoração é singela, reduzida, especialmente por conta da pandemia, além das dificuldades financeiras momentâneas, mas feitas para celebrar o que temos de melhor. Por isso, propusemos um Concurso Fotográfico, uma Sessão Solene, uma Missa Solene, e uma Live com bandas e artistas locais, onde inserimos, também, breves entrevistas com os secretários, vice-prefeito e prefeito. Temos muitos motivos a comemorar. Somos uma cidade, hoje, que não é refém de um segmento econômico, possui uma certa diversidade. Também temos grandes potenciais e estamos vivenciando um momento de crescimento turístico, que a médio e longo prazo, se reverterá em mais empregos, renda e arrecadação.

Na Hora - O que mais mudou em Muçum que você considera significativo nos últimos anos? Em que a cidade surpreende enquanto uma comunidade, espaço público e privado de atuação?

Mateus - Entendo que tivemos um crescimento significativo na produção rural, e também uma estabilidade forte das maiores empresas do município. Muitas destas ações foram fruto de boas parcerias com o Poder Público, embora o processo decisivo seja a iniciativa e empreendedorismo dos nossos cidadãos. Na parte pública, evoluímos com a recuperação de algumas áreas, equipamentos, veículos, maquinários, dentre outros, que permitem melhorar o atendimento às pessoas.

Na Hora - Nos últimos anos, Muçum foi destaque em índices de retorno de ICMS, por exemplo. O que o senhor, como prefeito, está pensando em fazer para trazer mais atrativos e empreendimentos para a cidade? Quais projetos para este ano nesse sentido?

Mateus - Em um primeiro momento, estamos dando continuidade a projetos e auxílios existentes há muitos anos no município, além de fazer um estudo aprofundado na nossa legislação municipal, buscando, ao longo do ano, otimizar algumas questões, como já fizemos, por exemplo, com a lei de incentivo aos produtores rurais, através da utilização e pagamento de horas-máquina. Mantivemos a essência, mas barateamos significativamente o acesso aos maquinários, fomentando o meio rural. Além disso, temos mantido contato com possíveis novos investimentos na cidade, além de incentivar, dentro das nossas possibilidades e da legalidade, os novos empreendedores que têm surgido. Entendemos também que todo incentivo ou atração de novas empresas deve ser feito com muita responsabilidade, e dando prioridade, primeiramente, em atender as empresas já existentes e consolidadas na cidade, e os empresários daqui que queiram investir ou ampliar.

Na Hora - A liderança, em relação à covid-19, foi tensa em algum momento? É difícil você gestar um problema em uma cidade, mesmo pequena, mas com predominância de pessoas mais velhas, consideradas grupo de risco na pandemia?

Mateus - Sim. Na realidade, os primeiros meses foram muito desgastantes. Tivemos a questão da Bandeira Preta, da ausência de leitos de UTI, o surto no Centro Administrativo Municipal... enfim, foram vários desafios enfrentados. Trabalhamos muito em algumas frentes prioritárias, como auxiliar o hospital para que não faltassem medicamentos e oxigênio no período mais crítico, atender com as demandas do ESF, dentre outros. E ainda, para agravar, uma grande dificuldade, por um período, com a questão de profissionais médicos, já que dois saíram logo no início da gestão, justamente no período mais crítico (um do ESF e outro do hospital). Agora, aos poucos, estamos melhorando os serviços, e, graças a Deus, tivemos uma boa redução no número de casos positivos. Isso só aumenta a responsabilidade de toda a população, para que mantenhamos os cuidados e consigamos manter a pandemia controlada. Sobre as pessoas da terceira idade, neste momento, todo o grupo está vacinado, mas deve manter os cuidados para evitar o contágio, que pode ocorrer mesmo após a imunização.

Na Hora - A pandemia destacou muito a figura do prefeito, no País todo. É difícil ser prefeito nesse momento? De repente se eleva o valor do prefeito, mas a cobrança é na mesma proporção?

Mateus - Ser prefeito é difícil sempre. Mas, nestes momentos de crise, apesar do pouco tempo no cargo, já posso afirmar que se torna mais difícil ainda. Você não desliga nunca. Acorda de madrugada pensando nos problemas, é cobrado 24 horas por dia. Felizmente, a grande maioria da população reconhece os esforços e a responsabilidade que temos, o que nos faz manter a motivação e seguir com foco.

Na Hora - Sobre a vacinação. A ideia é: estamos no começo do fim da pandemia? Como é que a gente pode ter a certeza de quando acaba isso se a gente não tem a certeza de quando chegam novas vacinas? E como é essa questão de gestar uma dose ou uma quantidade de vacinas e imunizantes e você não tem a previsão de quanto e quando vai chegar?

Mateus - Está bem difícil. Muçum já tem mais de 25% da população imunizada de fato, com a primeira e segunda doses. Mas essa insegurança é difícil de gerir. Tenho o prazer de ter pessoas muito competentes liderando, de fato, o processo de vacinação na Secretaria de Saúde. Mas acompanho a dificuldade e, por vezes, a incerteza que paira sobre as próximas etapas de vacinação, que em determinados momentos, gera tanto incertezas sanitárias, quanto jurídicas. Mas entendemos e defendemos plenamente a vacina, e sabemos que esse é, sim, o caminho mais seguro para nos livrarmos da Covid-19.

Na Hora - O que a gente pode esperar do Poder Executivo daqui para frente?

Mateus - Conforme apresentamos no Plano de Governo, e principalmente nas ações deste início de gestão, demonstramos ter alguns pilares fundamentais para nortear nosso mandato: eficiência, transparência, e responsabilidade fiscal. O que podem esperar da nossa equipe é um trabalho sério, focado no comprometimento em reduzir despesas, otimizar receitas, e fazer as reestruturações que a gestão pública necessita. Já iniciamos com a redução significativa das despesas fixas, e conseguindo cumprir com compromissos que nos assustam, como os mais de 1,5 milhões a serem pagos de precatórios em 2021. Daremos muito foco em melhorias na estrutura e nos projetos da educação, nas ações em saúde e qualidade de vida, no atendimento aos produtores rurais, e, de forma muito importante, no desenvolvimento em infraestrutura urbana e rural, comércio, indústria e turismo.

Na Hora - Qual a expectativa do futuro da cidade? Qual a grande ação que Mateus Trojan, no seu primeiro mandato, vai deixar como legado? 

Mateus - Entendemos que o foco da gestão pública tem que ser sempre priorizando o desenvolvimento e crescimento a médio e longo prazo, pensando em como queremos ter nossa cidade daqui 10, 15 ou 20 anos. Nós focamos muito em melhorar a estrutura e atendimento nas áreas essenciais, como saúde, educação e agricultura, e queremos deixar como legado um importante avanço em infraestrutura urbana e rural, conseguindo entregar prioridades como pavimentações de rotas importantes, energia trifásica e água no interior, e promovendo ações e eventos que possam alavancar o segmento turístico do município.

Na Hora - Qual é a principal vitrine do governo Mateus e Amarildo nesses quase seis meses? 

Mateus - Um trabalho intenso na reestruturação administrativa, encorpando as equipes técnicas, otimizando as despesas, através de um pente-fino que permitiu reduzir significativamente os custos da máquina pública. Fizemos mudanças pontuais, que julgamos fundamentais, e damos velocidade em projetos e no planejamento geral. E temos sido pontuais na forma de atender à população, sem diferenciar os critérios de atendimento, e sem olhar questões partidárias ou pessoais. Ainda estamos em um início de processo, mas acreditamos já ter conseguido demonstrar como será nossa forma de trabalhar durante os quatro anos de gestão.

Na Hora - Uma mensagem à população para celebrar os 62 anos de Muçum.

Mateus - Quero deixar um grande abraço a todos os nossos muçunenses. Às pessoas que fizeram, fazem e farão parte da nossa história. Muçum nos dá muitos motivos para nos orgulharmos. Trabalhar a autoestima e o amor à terra é um dever e uma missão de todos nós, ajudando a fazer nossa cidade um lugar cada vez melhor de se viver, investir, estudar e visitar. Precisamos acreditar em nossos potenciais. Parabéns, Muçum! É uma honra estar prefeito desta cidade tão bonita e hospitaleira.

Fotos: Luís Gustavo Betinelli / Divulgação

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