Uma reunião extraordinária do Conselho de Administração da Petrobras realizada na quinta-feira, 16, deu sinal verde para um novo aumento no preço dos combustíveis. A estimativa é de que o reajuste passe de 10% no caso do diesel. Após o anúncio, o presidente da República, Jair Bolsonaro, criticou a possibilidade. Integrantes do conselho, ligados ao governo, tentaram convencer a empresa a segurar o aumento.
Para conter o avanço nos preços, a diretoria do conselho da estatal diz que somente a concessão de um subsídio, que não foi autorizado pelo governo, seria a solução.
A expectativa é de que o reajuste seja anunciado ainda nesta sexta-feira, 17. No entanto, tudo vai depender das avaliações feitas pela diretoria do conselho. Conforme dados da Petrobras, a defasagem entre os preços internacionais e o que é praticado pela estatal brasileira chega a 20% no caso do diesel e 5% na gasolina.
Durante sua live semanal, Bolsonaro chamou de "maldade" um novo reajuste no preço dos combustíveis. O medo do mandatário brasileiro é de que os constantes aumentos nos combustíveis e a elevação da inflação, prejudiquem sua imagem junto ao eleitorado, impedido, inclusive, as chances de reeleição, já que a candidatura do ex-presidente Lula segue na dianteira, segundo as últimas pesquisas. “Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo”, alerta Bolsonaro.
O presidente voltou a criticar os lucros da Petrobras. Durante a transmissão, ele disse que a empresa deveria pensar nos impactos sociais da inflação e repensar no novo reajuste. No entanto, a estatal justifica que as elevações são necessárias, já que o preço do petróleo e seus derivados segue subindo no mercado internacional, obrigando o reajuste no Brasil.
A empresa alega ainda que, se segurar os preços artificialmente, os importadores privados podem desistir de atuar no Brasil, o que pode levar à escassez de combustível.