A transmissão comunitária, ou seja, que ocorre sem a necessidade de viagens para fora do estado, da variante Delta do Coronavírus foi confirmada no Rio Grande do Sul pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) no sábado, 24. Esta variante foi primeiramente detectada na Índia e teve os dois primeiros casos no Estado registrados na segunda-feira passada, 19, em Gramado.
A confirmação ocorreu após um caso da variante ser registrado em Gramado, quando o morador do município foi infectado sem ter realizado viagens para fora do Estado.
De acordo com a diretora do Cevs, Cynthia Molina Bastos, a confirmação do primeiro caso de Gramado por sequenciamento genético completo pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e o aumento de prováveis casos de contaminação por essa linhagem identificadas pelo Cevs indicam que há circulação comunitária. “A vacina protege contra essa variante, especialmente após a segunda dose no caso dos imunizantes que precisam de reforço, mas a vacinação não impede que que a pessoa se contamine e siga transmitindo o vírus. Por isso é preciso manter todos os cuidados de proteção contra a covid-19 independente de ter tomado a vacina, principalmente quem possui qualquer fator de risco para complicações da doença”, ressaltou a diretora.
Até o momento, foram confirmados três residentes do Estado com a variante Delta. Os dois primeiros de Gramado, que possuem vínculo e contraíram a covid-19 no município, e um em Nova Bassano, que contraiu a doença em viagem ao Rio de Janeiro. Além deles, o Estado registra outros 11 casos suspeitos: cinco com amostras em análise na Fiocruz (mais um de Gramado, também contactante do primeiro caso confirmado, dois de Sapucaia do Sul, um de Esteio e um de Canoas), e seis amostras que deverão ser enviadas ao laboratório carioca na segunda-feira, 26, de residentes de Alvorada, Passo Fundo, Esteio, São José dos Ausentes, mais um de Sapucaia do Sul e Santana do Livramento.
A variante Delta é uma das chamadas “variantes de preocupação”, pois são variações que trazem alguma mudança no comportamento do vírus. A característica mais marcante da Delta, já comprovada cientificamente, é a maior transmissibilidade.
Quanto a gravidade, ainda não há evidências de que a Delta provoque uma doença mais ou menos agressiva em relação às outras linhagens.