27 Dec
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Informações publicadas pelo jornal Folha de São Paulo mostram que o Tribunal de Contas da União (TCU) descobriu que o Ministério da Defesa utilizou recursos destinados ao enfretamento da pandemia de coronavírus para comprar filé mignon, picanha e outros cortes finos de carne. Conforme o documento, foram gastos cerca de R$ 557 mil.

As informações foram obtidas através de uma auditoria para investigar supostas irregularidades na aquisição de gêneros alimentícios desde 2017. Os valores acabaram chamando a atenção dos técnicos do TCU pois, com a pandemia, aumentou o número de pessoas trabalhando em home office. No entanto, o valor das compras não diminuiu. Segundo informações do levantamento sigiloso feito pela Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog), obtido pela Folha, a Defesa foi a que mais gastou recursos na compra de itens considerados não essenciais; entre eles estão bacalhau, salmão, camarão e bebidas alcoólicas. 

Os recursos para a compra dos alimentos de luxo veio do orçamento destinado ao enfrentamento da covid-19. Dos R$ 557 mil, cerca de 96% foram utilizados pelo Ministério da Defesa (R$ 535 mil). 

Apesar dos gastos, o TCU informou que o Estatuto dos Militares prevê que a alimentação, por meio do fornecimento de refeições, é direito dos militares em atividade. Porém, disse que, diante da realidade brasileira, "não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária, econômica e social pela qual o país está passando, decorrente da pandemia".

Em nota, a assessoria de imprensa do Ministério da Defesa afirmou que as atividades do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram mantidas na pandemia, o que inclui, segundo o órgão, a alimentação fornecida às tropas. Os dados analisados pelo TCU relativos à compra de alimentos foram extraídos dos bancos oficiais da administração pública federal.

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