O que se viu nos Estados Unidos, começa a ocorrer aqui no Brasil. Com a queda de novos casos, hospitalizações e mortes, em decorrência da eficácia das vacinas contra a covid-19 e, posteriormente, a flexibilização do uso de máscaras, a não exigência do passaporte vacinal e a sensação de fim a pandemia, o número de brasileiros imunizados com a terceira dose, ou a chamada dose de reforço, atinge índices de estagnação e preocupam autoridades sanitárias.
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o novo boletim epidemiológico divulgado pelo órgão na quinta-feira, 19, mostra que houve desaceleração na curva de cobertura vacinal da terceira dose.
Segundo a Fiocruz, na população acima de 25 anos, a cobertura no território nacional para o esquema vacinal completo é de 80%. No entanto, a terceira dose nos grupos mais jovens segue abaixo da média considerada satisfatória.
Em algumas faixas etárias, a imunização com as duas doses não chega a 30%, como é o caso de pessoas com 18 e 19 anos. Já para a quarta dose, o boletim sinaliza que a cobertura na faixa etária de maiores de 80 anos é de 17,7%, de 75 a 79 anos é de 12,4%, 70 a 74 anos é de 12%, de 65 a 69 anos é de 6,4% e de 60 a 64 anos é de 3,4%.
“O cenário atual ainda é motivo de preocupação. A ocorrência de internações tem sido consistentemente maior entre idosos, quando comparados aos adultos. Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente”, explicam os pesquisadores da Fiocruz.
O boletim alerta que, diante da falta de incentivo do uso de máscaras como medida de proteção coletiva e a não obrigatoriedade da apresentação do passaporte vacinal, a discussão sobre a vacinação torna-se ainda mais importante.