Um jovem de 18 anos foi indiciado por tentativa de latrocínio e corrupção de menores no caso que deixou o padre de Encantado, Mauro Organista, ferido na cidade de Cruzeiro do Sul. O crime foi registrado na noite de domingo, 7 de agosto, às margens do rio Taquari, na rua Emilio Treter Sobrinho, no momento em que o religioso embarcava em seu veículo após realizar a entrega de donativos às famílias carentes da cidade que já eram conhecidas dele.
Conforme as investigações da Polícia Civil, à noite, na área central de Lajeado, Organista teria se encontrado com o autor do crime, que já era seu conhecido por receber mantimentos. Na cidade, andaram por algumas ruas, junto com um primo do acusado, um menor de 13 anos, seguindo para Cruzeiro do Sul, onde ocorreu o crime.
Segundo o padre, o encontro ocorreu após o jovem ter efetuado contato telefônico com o religioso. Foi então que os três foram em direção a uma via, não pavimentada, que dá acesso ao rio Taquari em Cruzeiro do Sul. O local também é conhecido como "Prainha".
Foi então que o padre e o autor do crime saíram do carro e foram em direção a beira do rio. O adolescente permaneceu dentro do veículo. Em depoimento, o menor afirmou que o primo já estava com a arma do crime, uma faca de 30 centímetros, dentro de sua mochila.
Em depoimento, o padre disse que num determinado momento, enquanto conversavam, o criminoso efetuou pelas costas do religioso um golpe de faca no pescoço. Foi então que Organista entrou em luta corporal com o jovem, jogando a faca dentro do rio. Nesse momento, o autor dos golpes passou a atirar pedras no religioso que estava caído no chão.
Após o crime, o padre conseguiu se levantar e buscar ajuda, sendo socorrido por uma família que residia nas proximidades.
De acordo com a polícia, o rapaz levou uma mochila que continha dinheiro, pertences pessoais e o telefone celular do religioso. O veículo, que pertence à paróquia São Pedro de Encantado, não foi levado, pois os autores estavam sem a chave.
Ainda, segundo as informações, a Diocese de Santa Cruz do Sul iniciou um processo para investigar a conduta do religioso. Segundo a Igreja, há suspeita de que Organista poderia estar envolvido afetivamente com o rapaz. O padre segue afastado de suas funções, se recuperando em Passo Fundo. Conforme as informações, ele não retornará mais à Encantado.
Em depoimento, o autor dos golpes disse que agiu em legítima defesa. Porém, ao ser indagado sobre a faca, o rapaz não soube explicar os motivos que o levaram a ter consigo do equipamento. Indagado sobre a subtração dos pertences do religioso, o acusado confirmou ter pego e disse que repassou o aparelho celular a outra pessoa.
O adolescente que estava junto no momento do crime disse aos policiais que não estava sabendo das intenções do autor e, por isso, foi enquadrado como testemunha no processo que, agora, será encaminhado ao Poder Judiciário.