Os municípios da região alta do Vale do Taquari, que fazem parte do chamado G-18, anunciaram, na manhã deste sábado, 11, a saída da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (AMVAT). A decisão foi divulgada pelo prefeito de Anta Gorda e presidente do grupo, Francisco David Frighetto, durante protesto na Praça de Pedágio, na ERS-130, em Encantado.
A decisão é decorrente da falta de apoio da entidade e de prefeitos da parte baixa do Vale contra o modelo de concessão das rodovias, proposto pelo Governo do Estado. Na semana passada, o edital de leilão do bloco 2, que inclui as rodovias da região, foi publicado no Diário Oficial do Estado, sem alterações, mantendo a parte alta prejudicada como, por exemplo, com a manutenção da praça de pedágio, que divide o município de Encantado.
Em entrevista aos veículos de imprensa, Frighetto foi taxativo ao apontar que a Amvat não apoia os municípios. Segundo ele, é lamentável que a entidade não tenha adesão unanime no descontentamento dos líderes da parte alta do Vale. “De que adianta ficar em uma entidade que não nos representa?”, questiona.
Além do anúncio de saída, a manhã deste sábado foi marcada pelo protesto da comunidade regional. Pelo menos, em duas praças de pedágio (Encantado e Cruzeiro do Sul) ocorreram manifestações contrárias apo plano de concessão de rodovias.
Em Encantado, prefeitos, vereadores, líderes empresariais e comunitários, além da população em geral, bloquearam a rodovia, exigindo a suspensão do leilão. No município vizinho, houve princípio de confusão, quando manifestantes bloquearam a via, sem a liberação de veículos. A Brigada Militar foi acionada e compareceu ao local para dar suporte e possibilitar o tráfego de carros.
Nos discursos inflamados, prefeitos criticaram a ausência de diálogo por parte do governo do estado e também a ineficácia da força da Amvat na busca por soluções para a situação. Lideranças da região alta já apresentaram, durante as audiências públicas realizadas, estudos que comprovam que a retirada da praça de Encantado e a implantação da cobrança mais próximo das maiores cidades, como Lajeado, aumentariam a arrecadação e possibilitariam mais investimentos no período de 30 anos.
Muitos políticos afirmam, inclusive, que a mudança de local do pedágio não ocorre em razão da grande força política que prefeitos de cidades como Arroio do Meio, Lajeado e Estrela tem dentro do próprio governo do Estado.
A manifestação deste sábado foi encerrada no final da manhã.
Foto: Juremir Versetti / Chinelagem Press