A decisão do Ministério da Saúde em imunizar crianças de cinco a 11 anos contra a covid-19 deve ser definida apenas no dia 5 de janeiro, segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Antes disso, uma audiência pública deverá ser realizada para tratar do assunto. Segundo o médico, a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizando o início da imunização a este grupo, não seria suficiente para viabilizar o procedimento.
Conforme o ministro, é necessário analisar criteriosamente os pareceres e documentos para tomar a decisão final. Na quinta-feira, 16, o presidente Jair Bolsonaro, em sua live semanal nas redes sociais, criticou a autorização e anunciou que iria divulgar os nomes dos responsáveis pela liberação da vacinação em crianças. Desde o início da pandemia, o presidente da República segue colocando em cheque a eficácia dos imunizantes e desestimulando a vacinação, inclusive, divulgando informações falsas e fora de contexto.
Nesta semana, a Câmara Técnica Assessora de Imunizações (CTAI) deve divulgar um parecer técnico para análise sobre a vacinação ao novo grupo. O mecanismo é utilizado por entes públicos para subsidiar o processo de tomada de decisão. “No dia 4 de janeiro, faremos uma audiência pública para discutir o que foi oferecido em consulta pública que, em adição ao posicionamento da CTAI, servirá de base para a decisão final do Ministério da Saúde”, acrescentou o ministro.
Durante a entrevista aos jornalistas, Queiroga fez questão de afirmar que a decisão em não iniciar a vacinação é de sua total responsabilidade. “Eu sou a principal autoridade sanitária do Brasil e não abro mão de exercer as minhas prerrogativas. Porque elas decorrem da decisão do mandatário máximo da nação, que me incumbiu essa missão”, afirma.