Um levantamento divulgado pelo Sindicato do Ensino Privado do RS (Sinepe/RS), estima que as mensalidades das escolas particulares deverão ficar, em média, 9,8% mais caras a partir do ano que vem. Foram 114 instituições de ensino consultadas. A estimativa de aumento fica abaixo da inflação, que está sendo projetada em 10,12% pelo mercado financeiro até o final do ano.
O Sinepe também informou que apesar do aumento nas mensalidades, o custo das escolas para o ano que vem deve ficar ainda maior: cerca de 11,6%, na comparação com 2021. Entre os itens que compõe a mensalidade escolar, dois deles são os que mais afetaram no orçamento dos educandário: investimento em tecnologia e adequação do atendimento dos alunos no retorno às aulas presenciais.
De acordo com o presidente do Sinepe/RS, Bruno Eizerik, a situação se agravou ainda em 2020, quando as instituições de ensino precisaram conceder descontos em função da pandemia, além da alta perda de alunos no período. “Nossas escolas tiveram que fazer grandes investimentos para manter as aulas de forma híbrida (com uma parte da turma em casa e outra na escola), como a colocação de câmeras, por exemplo. Da mesma forma, todo o espaço físico precisou ser readequado em função das regras sanitárias. Para fazer essa adequação, a escola deixou de realizar outros investimentos e teve de cortar gastos, uma vez que tivemos um reajuste médio de 3,5% na mensalidade deste ano, enquanto o aumento de custos ficou em 10,9%”, justifica.
O levantamento realizado nos 114 educandários mostrou ainda que 31,8% das escolas não tiveram perda durante a pandemia, 11,5% recuperaram seus alunos quando as aulas presenciais voltaram ainda no ano de 2020, e 19,5% recuperaram os estudantes neste ano. E para o próximo ano, 37,2% das escolas esperam recuperar os alunos perdidos durante a pandemia.
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