Mais um pedaço da história do cemitério municipal de Muçum será preservada. Dessa vez, a imagem do Sagrado Coração de Jesus, furtada em uma das ações criminosas junto ao túmulo da Família Slongo, permanecerá na Igreja Matriz. O monumento, aparentemente de bronze, foi recuperado há alguns anos, junto ao rio Taquari e levado à Igreja.
De acordo com as informações, naquela ação de roubos, os criminosos teriam atravessado o rio em uma embarcação (caíque), colocado todos os bens roubados e fugido. No entanto, em razão do peso da imagem, o monumento acabou caindo ou sendo jogado dentro do rio.
No período de seca, com a baixa das águas, a estátua acabou submergindo. Foi então, que populares retiraram e levaram para a Igreja Matriz, pois não sabiam de qual sepultura o monumento pertencia.
Por alguns anos, a estátua acabou ficando embaixo de uma escadaria que dá acesso aos sinos da torre da Matriz. Nesta semana, quando ocorreram os trabalhos de construção do memorial dos padres Luis Guglieri e Luchino Viero, o pároco Alberto Tremea encontrou a imagem.
Neste domingo, 28, durante a celebração de entronização dos restos mortais dos dois sacerdotes, a história foi contada e desvendada, pela ajuda do vereador Marcos Antonio Bastiani e do jornalista Ranieri Zilio Moriggi, que presenciou a chegada da imagem na época em que ela foi encontrada.
A imagem está sem as mãos, que devem ter sido cortadas durante a ação criminosa. A sugestão do padre Tremea é de que ela passe por um procedimento de limpeza, mas que não tenha recolocada as peças faltantes. "Isto é muito simbólico e acho que vamos colocar uma frase onde a imagem for posta: Cristo está sem as mãos. Agora, Ele precisa das tuas", disse.
Ainda não há previsão de quando o monumento será instalado na Igreja. A ideia é colocá-lo junto ao memorial dos padres, já que a histórica acaba ligando ambos com a família Slongo.
Foto: Clara Gelatti / Divulgação