Sem medir as consequências de suas palavras, o presidente da República, Jair Bolsonaro, levantou mais uma polêmica sobre a pandemia de coronavírus. Dessa vez, o presidente tentou minimizar os efeitos da nova variante, a Ômicron, responsável pelo rápido aumento de casos em todo o mundo, inclusive no Brasil, dizendo que o vírus não estaria matando mais ninguém. Bolsonaro chegou a dizer que a variante seria "bem vinda ao país". As palavras foram ditas durante entrevista a um site de notícias.
As novas afirmações do presidente, que adota um discurso negacionista desde o início da pandemia, em março de 2000, causaram indignação de médicos e cientistas, afinal, estudos sobre a nova variante ainda estão sendo desenvolvidos para definir qual grau de letalidade a nova cepa está. "Ômicron não tem matado ninguém. Ela tem capacidade de se difundir muito grande, mas a letalidade é muito pequena. Dizem até que seria um vírus vacinal. Alguns estudiosos sérios e não vinculados a farmacêuticas dizem que a ômicron é bem-vinda e pode sinalizar o fim da pandemia", afirmou Bolsonaro.
No Brasil, até o momento, uma pessoa morreu em decorrência da Ômicron. Era um homem, de 68 anos, morador de Aparecida de Goiânia, no estado de Goiás, que tinha doença pulmonar crônica e hipertensão.
Apesar do tom negacionista de Bolsonaro e do saldo de mais de 600 mil mortes pela doença no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem alertado que a variante não pode ser descrita como branda, porque tem matado pessoas em todo o mundo, ainda que ela pareça menos grave que outras variantes.
Sem pestanejar, Bolsonaro também voltou a defender medicamentos ineficazes contra a Covid-19, sem dizer nomes, afirmou que não se vacinou contra o vírus e está "muito bem", frisando que o que tem salvado o Brasil é a "imunidade de rebanho". Ao falar sobre a referida imunidade, Bolsonaro se refere à imunidade natural, não provocada pela vacina, algo que ele defende desde o início da pandemia. O país já tem quase 70% da população totalmente vacinada e a comunidade científica remete a isso a redução das mortes pela doença. A "imunidade natural", defendida pelo presidente, é criticada por especialistas, pois uma pessoa pode ser reinfectada, e sem a vacina, não há prevenção de óbitos.
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