Em meio a panelaços, Bolsonaro diz que Brasil será autossuficiente na produção de vacinas
Presidente adotou o tom favorável à vacinação em massa e garantiu que até o final do ano, mais de 500 milhões de doses estarão disponíveis no país; apesar da promessa, previsão de vacinas para abril reduz 10 milhões
O presidente Jair Bolsonaro fez nesta terça-feira, 23, um pronunciamento em cadeia de rádio e TV em que afirmou que o país, em poucos meses, será autossuficiente na produção de vacinas contra a covid-19. De acordo com o chefe do Executivo, até o final do ano, o Brasil terá mais de 500 milhões de doses para vacinar todos os grupos prioritários. Durante o pronunciamento, brasileiros contrários a postura de Bolsonaro realizaram os tradicionais panelaços das janelas das casas.
Apesar da informação da compra de doses de vacinas, nesta terça-feira, o Ministério da Saúde reduziu, pela quinta vez neste mês de março, a quantidade de doses que seriam entregues, o que acaba gerando desconfiança e prejudica o andamento das campanhas de vacinação por todo o país. Em sua fala, Bolsonaro disse que 2021 será o ano da vacinação dos brasileiros. "Somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la”, afirmou.
Previsão de entrega de doses reduzida
Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde reduziu, pela quinta vez seguida, a previsão de vacinas contra a covid-19 que serão entregues pelos fabricantes em abril. Na previsão anterior, a expectativa era de receber mais de 57,1 milhões de doses até 30 de abril. Agora, a previsão caiu para 47,3 milhões, ou seja, cerca de 10 milhões de doses a menos.
Apesar da redução, o governo continua com a previsão total de entrega de mais de 38 milhões para este mês. O prazo termina na quarta-feira, 31, ou seja, daqui uma semana. Para maio, o novo cronograma também apresenta uma redução de 690 mil doses.
Panelaços durante pronuciamento
Em diversas regiões do país, um panelaço pode ser ouvido durante o pronunciamento do presidente. Além das tradicionais batidas nas panelas, as pessoas gritaram “fora, Bolsonaro”, “genocida”, “incompetente”, entre outros adjetivos.
Foto: Isac Nóbrega / PR
