Mesmo a passos lentos, a vacinação contra a covid-19 segue em todo o Brasil. A escassez de doses e a demora na chegada de insumos necessários para a produção de mais imunizantes, deverá atrasar o cronograma estipulado pelo Ministério da Saúde, através do Plano Nacional de Imunizações (PNI). No entanto, já se projetam as próximas etapas de vacinação, incluindo um novo grupo considerado prioritário, que chega a 1,15 milhão de gaúchos que possuem algum tipo de comorbidade.
Essa etapa abrange 22 grupos que foram divididos por problemas crônicos de saúde. Entre eles, diabetes, complicações cardíacas, pulmonares e obesidade mórbida. No entanto, para passar na frente do restante da população brasileira sem comorbidades, o paciente deverá apresentar exames e laudos médicos que comprovem as doenças acometidas.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES) serão vacinados somente os maiores de 18 anos. A intenção do governo é de que as pessoas com comorbidades sejam chamadas também de acordo com a pirâmide etária dos mais velhos para os mais jovens. Com esse cronograma, pessoas a partir dos 59 anos seriam as primeiras a serem vacinadas fora do grupo de idosos. Apesar da hipótese, nada segue definido até o momento. “Posteriormente, e a partir das recomendações do MS, é realizada reunião com os municípios, representados pelo Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), e a SES, que pactuam quem será vacinado fazendo a estratificação a partir dos grupos prioritários”, afirma nota da SES.
Comorbidades previstas para imunização prioritária após o grupo de idosos:
- Diabetes: pessoas com diabetes mellitus
- Pneumopatias crônicas graves: inclui doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos ou internação prévia por crise asmática).
- Hipertensão Arterial Resistente (HAR): quando a pressão arterial permanece acima das metas recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes classes, em doses máximas preconizadas e toleradas, administradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou pressão arterial controlada com uso de quatro ou mais anti-hipertensivos.
- Hipertensão arterial estágio 3: pressão arterial sistólica igual ou maior a 180 e/ou diastólica igual ou superior a 110, independentemente da presença de lesão em órgão-alvo (cérebro, coração, vasos sanguíneos, olhos, rins) ou comorbidade.
- Hipertensão arterial estágios 1 e 2: com lesão em órgão-alvo (cérebro, coração, vasos sanguíneos, olhos, rins) e/ou comorbidade. Pressão sistólica entre 140 e 179 e/ou diastólica entre 90 e 109 na presença de lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade.
- Insuficiência cardíaca: insuficiência com fração de ejeção (capacidade de bombeamento do coração) reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independentemente de classe funcional da New York Heart Association.
- Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar: cor-pulmonale crônico (problema no ventrículo direito que resulta em distúrbio pulmonar), hipertensão pulmonar primária ou secundária.
- Cardiopatia hipertensiva: hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo (cérebro, coração, vasos sanguíneos, olhos, rins).
- Síndromes coronarianas: síndromes crônicas como Angina Pectoris (estreitamento das artérias que levam sangue ao coração) estável, cardiopatia isquêmica, pós-infarto agudo do miocárdio, entre outras.
- Valvopatias: lesões de válvula cardíaca com repercussão na circulação do sangue, sintomática ou com comprometimento miocárdico.
- Miocardiopatias e pericardiopatias: de quaisquer causas ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática.
- Doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas: aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos.
- Arritmias cardíacas: com relevância clínica e/ou cardiopatia associada.
- Cardiopatia congênita no adulto: com repercussão na circulação do sangue, crises hipoxêmicas (pouco oxigenação), insuficiência cardíaca, arritmias, comprometimento miocárdico.
- Próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados: portadores de próteses de válvula biológicas ou mecânicas; dispositivos cardíacos implantados (marcapasso, cardiodesfibrilador, ressincronizador, assistência circulatória de média ou longa permanência).
- Doença cerebrovascular: acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular.
- Doença renal crônica: estágio 3 ou mais e/ou síndrome nefrótica (conjunto de sinais que caracterizam uma doença renal e evolução crônica).
- Imunossuprimidos: transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente superior a 10 mg ao dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses; neoplasias hematológicas.
- Anemia falciforme: todas as pessoas com a doença.
- Obesidade mórbida: índice de massa corpórea (IMC) igual ou superior a 40.
- Síndrome de Down: trissomia do cromossomo 21.
- Cirrose hepática: Child-Pugh (tipo de escore de classificação) A, B ou C.