30 Apr
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Documento foi encaminhado ao Poder Legislativo após críticas do presidente da Câmara, Carlos Eduardo Ulmi à gestão do ex-diretor, Walmor Ricardo Lucca

O presidente da Associação Beneficente de Muçum, entidade mantenedora do Hospital Beneficente Nossa Senhora Aparecida, David Baroni divulgou na segunda-feira, 26, uma nota de repúdio em razão das declarações do presidente da Câmara de Vereadores de Muçum, Carlos Eduardo Ulmi (MDB), apontadas na sessão do dia 19 de abril. A nota foi encaminhada à Câmara de Vereadores. 

No documento, Baroni condena os apontamentos feitos por Ulmi, em razão do atendimento prestado na instituição, bem como, as ofensas ao ex-diretor da casa, Walmor Lucca. "Lamenta-se profundamente a fala do vereador, que estava na condição de presidente da Câmara, expondo em sua fala ofensas pessoais, que não guardam pertinência com o exercício do mandato", diz o documento. Segundo o dirigente da ABM, a comunidade sabe do esforço que a associação e seus funcionários realizaram para "recuperar o hospital, juntamente com o apoio da comunidade", enfatiza. 

De acordo com o presidente da ABM, o ex-diretor da instituição, Walmor Lucca, assumiu o comando em 2016, com o objetivo de quitar dívidas e buscar a ampliação da infraestrutura do local. Segundo a nota, Lucca deixou a direção em 2021 sem dívidas e com aproximadamente R$ 300 mil em caixa. No final da nota, Baroni pede que Ulmi faça uma retratação com relação às ofensas dirigidas ao ex-diretor "e ao trabalho desenvolvido pelo hospital, em respeito à comunidade muçunense", finaliza o documento.

Vereador se diz surpreso com posição da ABM e pede investigações sobre assunto levado à Câmara

Procurado pela reportagem do Na Hora, o presidente da Câmara, Carlos Eduardo Ulmi, disse que recebeu com surpresa a nota da ABM. Segundo ele, diante uma denúncia séria e grave, o parlamentar esperava que os apontamentos fossem averiguados com o ex-diretor da instituição. “Posso dizer que é uma nota mentirosa, pois em momento algum ofendi a ABM, o hospital, mas sim, a minha fala foi sempre sobre o ex-diretor. Não da pessoa, mas das atitudes que ele teve naquela ocasião”, afirma. 

Segundo Ulmi, fatos semelhantes teriam ocorrido em outras oportunidades e que diversas famílias o procuraram após o ocorrido na sessão da Câmara de Vereadores. “O meu medo maior é com a situação do hospital. E o único objetivo da minha denúncia é de que haja uma determinada ação para que se apurem esses fatos. Não é a primeira vez que isso acontece. Após o ocorrido (na Câmara), outras famílias vieram me procurar, inclusive com devolução de dinheiro do hospital. E isso eles não falam. Quero deixar bem claro: não é nada pessoal. Se fosse, eu já teria levado à público isso em 2018, quando meu pai estava doente e ocorreram diversos fatos que me revoltaram na época. Mas eu me calei. Meu pai acabou falecendo e acabou com ele aquela história”, disse. 

Ulmi criticou ainda o conteúdo da nota que, segundo ele, não faz sentido com os apontamentos feitos por ele durante a sessão. “O papel da ABM não é resguardar ou tentar, pelo menos averiguar, tomar uma decisão sobre o ocorrido? Fazer uma nota de repúdio contra mim não é o problema. Mas sem fazer nada? Fazer uma nota de repúdio falando de dinheiro, que ele (Walmor), deixou R$ 300 mil em caixa, sendo que isso não tinha nada a ver com o assunto”, questiona.

Ex-diretor não quis se manifestar 

Em comunicado à reportagem, Lucca disse que não vai manifestar sobre o ocorrido. 


Relembre o caso Na sessão ordinária do dia 19 de abril, Ulmi usou o espaço para falar sobre a visita que realizou ao hospital, a pedido do novo diretor da ABM, André Marcon. Durante a conversa, Marcon teria apresentado o prontuário médico do pai do vereador, morto em 2018. Junto dele, haviam informações de débitos, oriundos da internação em leito hospitalar e que não haviam sido pagas. 

O vereador afirmou na sessão que seu pai foi atendido pelo SUS e não teria que pagar valores que passam de R$ 6 mil. “Se meu pai estava realmente com esse câncer terminal, os laudos comprovam isso... Como é que ele recebeu alta 15 dias antes de morrer, sabendo que ele tinha um câncer de estômago e pâncreas, se há uma lei que determina cuidados paliativos para doentes terminais pelo SUS?”, questiona. 

Na sessão, Ulmi chegou a pedir que Lucca se demitisse e disse que a casa de saúde está novamente enfrentando uma crise financeira.

Fotos: Luís Gustavo Betinelli, Arquivo Pessoal / Divulgação

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