O negacionismo imposto por uma pequena parte da população brasileira, apoiada por lideranças políticas em Brasília não dá sossego em nenhum momento para quem defende a ciência. Em mais uma tentativa de intimidar aqueles que trabalham pela resolução da crise de saúde provocada pela pandemia de coronavírus, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou que diretores e servidores voltaram a sofrer ameaças após a agência dar aval, nesta semana, à aplicação da CoronaVac em crianças e adolescentes para combate à covid-19.
Pouco depois da divulgação da novidade, o órgão começou a receber os primeiros e-mails com as ameaçadas aos pesquisadores. Segundo a Anvisa, em uma das mensagens, encaminhada à diretoria dois da Anvisa, na qual é feita a análise técnica das vacinas, o agressor afirma que "o preço que vc (sic) vai pagar será altíssimo".
Não o bastante, a quinta diretoria, que é responsável pelo monitoramento de efeitos adversos, recebeu uma ameaça na qual é dito que "o preço a ser pago será terrível não quero estar na sua pele (sic)". Outras mensagens com teor de ameaça também foram recebidas, de acordo com o órgão, mas não foram divulgadas.
A situação vem se agravando desde o ano passado, quando o presidente da República, Jair Bolsonaro, ameaçou divulgar o nome dos técnicos que autorizaram a aplicação da vacina da Pfizer em crianças. Diretores receberam ameaçadas de morte, que agora estão sendo investigadas pela Polícia Federal.
Até o momento, a Anvisa ainda não se posicionou oficialmente sobre as últimas ameaças recebidas e só deve se pronunciar na segunda-feira, 24.
Foto: Marcelo Camargo / Agencia Brasil/Divulgação