Faltando 100 dias para o primeiro turno das eleições 2022, os cenários a nível estadual e nacional seguem indefinidos. Apesar de uma polarização violenta entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a disseminação de notícias falsas, ainda não há uma definição do que poderá acontecer no pleito que se avizinha. No Rio Grande do Sul, a confirmação da pré-candidatura do ex-governador Eduardo Leite (PSDB) embaralhou ainda mais a corrida ao Piratini.
Além da escolha de presidente e governador, os eleitores poderão votar em um senador, um deputado federal e um estadual. Na região, a divisão em diversos nomes para ocupar os demais cargos, deve fazer com que o Vale do Taquari fique sem representação na Assembleia Legislativa e na Câmara federal.
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral, a votação neste ano será das 8h às 17h, pelo horário de Brasília, mesmo em estados de diferentes fusos. Além disso, o pleito de 2022 permitirá a união de partidos em torno de uma única candidatura nas eleições majoritárias, caso dos cargos de presidente, senador, governador e prefeito. Com a criação das federações, os partidos puderam se unir para apoiar qualquer cargo, desde que permaneçam juntos durante todo o mandato, valendo para as majoritárias e proporcionais. Assim, a principal diferença da federação para a coligação é o seu caráter permanente ao longo da legislatura. Nestas eleições ocorreram três registros de federações: PT, PCdoB e PV; PSDB e Cidadania; e PSol e Rede.
Para realizar o trabalho nas cerca de 460 mil seções eleitorais espalhadas em todo o Brasil, o TSE prevê convocar cerca de dois milhões de mesárias e mesários foi mobilizado e está sendo capacitado para atender ao público de aproximadamente 152 milhões de eleitoras e eleitores credenciados para votar em mais de 577 mil urnas eletrônicas.
Contra as Fake News
O combate à disseminação de conteúdo falso, calunioso ou descontextualizado com a intenção de tumultuar o processo eleitoral deste ano e confundir e conflagrar a população é uma missão para o TSE. A página Fato ou Boato, no Portal da Justiça Eleitoral, que reúne as checagens de conteúdos que circularam nas redes sociais relacionadas às eleições, já apurou até hoje informações sobre 153 assuntos diferentes que mobilizaram os usuários em plataformas de mensagens e em redes sociais.
Junto do TSE está uma coalizão que reúne mais de 143 instituições públicas e privadas e atua ativamente para conter e neutralizar a propagação digital de conteúdos falsos, ou que buscam desinformar a população. Entre os parceiros do Tribunal, constam agências de verificação de notícias, aplicativos de mensagens, plataformas de mídias sociais, empresas de telefonia, órgãos de pesquisa, entidades da sociedade civil, órgãos públicos e associações de mídia.
Também soma esforços nessa luta um contingente de 2.178 participantes da Frente Nacional de Enfrentamento à Desinformação, criada com o objetivo de promover ações e eventos para reforçar a transparência e a integridade das instituições eleitorais perante a sociedade brasileira.
Outro instrumento para que as cidadãs e os cidadãos possam conferir a autenticidade das informações que recebem sobre as Eleições 2022 e tirar dúvidas sobre o processo eleitoral, o TSE implementou novidades no chatbot no WhatsApp e criou um canal verificado no Telegram, que já ultrapassou 100 mil inscritos com menos de um mês de existência.
Na terça-feira, 21, a Corte Eleitoral lançou um sistema que possibilita encaminhar ao conhecimento da Justiça Eleitoral o recebimento de notícias falsas, descontextualizadas ou manipuladas sobre o processo eleitoral brasileiro. As denúncias serão repassadas às plataformas digitais e agências de checagem parceiras do Programa de Enfrentamento à Desinformação para rápida contenção do impacto provocado pela disseminação desse tipo de conteúdo na internet. Dependendo da gravidade do caso, os relatos recebidos também poderão ser encaminhados ao Ministério Público Eleitoral (MPE) e demais autoridades para adoção das medidas legais cabíveis.